24 de outubro de 2007

Diálogos Imaginários 2

- Leo, num é que quando minha irmã ficou gravida eu comecei a produzir leite também!
- Verdade??? Os hormônios dela te influenciaram?
- É que eu sempre quiz ter 2 filhos...
- Interessante como a cabeça manda em tudo, né?
- A gente é capaz de coisas inexplicáveis
- Inexplicáveis dentro da lógica técnico-científica que conhecemos, é isso? Essa mania de querer entender tudo! Mania de bicho-homem, achar que o que ele não entende é inexplicável...
- Verdade, mas eu sempre quero entender tudo, pricipalmente se for algo a primeira vista, primeiro acontecimento...
- Hum, te entendendo, mas e se não entender?
- Procuro me informar, sentir mais. Às vezes a gente não entende porque não presta atenção, então investigo melhor os detalhes.
- Eu preferiria ficar só com o "sentir mais" a que se referiu.
- Nem os detalhes?
- Detalhe é importante sim, mas só na sua hora, depois não passa de... Detalhe?
- ...
- Eu sou detalhista sim, mas um detalhista impulsivo, uso, abuso, reuso detalhes, memorizo-os pra reciclagem e tudo o mais.
- E aí? Depois já não servem mais?
- Servem sim, mas dependem do contexto, apesar que tem muitos que é melhor jogar fra mesmo...

*Qualquer coincidência é mera semelhança.
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पाज़ ए अमोर

15 de outubro de 2007

Toda vez que esqueço de você

Toda vez que me deito
me esqueço de você
mas fico com vazio no peito...

Toda vez que alguém me sorri
me esqueço de você
mas fico parecendo que corri...

Toda vez que troco olhares
me esqueço de você
mas fico procurando lugares...

Toda vez que beijo boca
me esqueço de você
mas fico com gosto de coisa pouca...

Toda vez que não te vejo
me esqueço de você
mas fico perdido de desejo...

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*Qualquer coincidência é mera semelhança.

पाज़ ए अमोर

3 de outubro de 2007

A minha viagem de trem

Eu fico imaginando e recordando os momentos com ela nesse trem...

Lembro-me dela sentada à janela, vidros fechados se protegendo dos ventos, com os raios de sol atravessando os vidros ressaltando seu brilho natural e acalentando-a. O sol bate em seu rosto com a leveza de um beijo apaixonado e seu olhar permanece voltado para fora, mirando a bela paisagem que complementa o trio que sua beleza junto ao sol faz com a paisagem.

Infelizmente não realizo a viagem sentando a seu lado. Porém toda vez que passava por ela – muitas vezes eu inventava as mais esfarrapadas motivações pra isso! – ela levantava o olhar, voltando-se para mim, fazia aba com as mãos para anular a dilatação das pupilas e me enxergar nitidamente e dirigir um singelo sorriso, ao que eu correspondia entusiasmadamente como um homem feito que teve seu coração massageado até voltar a ser menino.

Recordo-me ainda das raras situações em que o assento ao seu lado encontrou-se vago por um instante e pude aproveitar um momentinho até que o ocupante original voltasse – ah! Se ela soubesse como eu, pela primeira vez na vida, desejei ardentemente ser original... Me lembro exatamente de seu olhar penetrando bem fundo na minha alma numa dessas ocasiões. Foi um olhar de tanto teor sincero e bem querência que cheguei a ter certeza que seria o mesmo depois de muitos anos. Não com o mesmo rosto, pois o tempo tentaria desmarcar sua beleza – e apenas tentaria mesmo, pois sua beleza naturalmente é vinda de dentro pra fora. Toda vez em que eu passava, era sempre esse mesmo olhar que ela me dirigia!

Essas recordações, vivas que estão, me questionam e motivam sempre a buscar o olhar daquela mulher de quem sei bem o nome e identidade, só não soube como conhecer sua essência. Talvez esse seja o maior motivo de hoje eu não saber bem como vai a viagem dela. Sim, porque já faz um tempo que não a vejo e sem avistá-la sei que houve mudanças, mas não sei se foi de assento, de vagão ou mesmo de trem.

Não, isso não me entristece, mas sinto falta de seu olhar encontrando o meu, sinto falta daquela explosão que era meu sorriso de quando meus olhos encontravam o que o coração procurava...

* Qualquer coincidência é mera semelhança।
* Intertexto baseado na última postagem, conforme prometido.

पाज़ ए अमोर