11 de junho de 2008

Carta de um Louco para um Maluco

Era meia noite e o sol brilhava entre as trevas de um dia claro e bonito.
Um homem vestido sem roupas, com as mãos nos bolsos, estava sentado de pé numa pedra de pau à beira de um rio seco. Ele dizia: ”Eu prefiro morrer do que deixar de viver.”
Naquele momento, um surdo estava ouvindo um mudo falar que um aleijado corria atrás de um carro parado. Bem longe daqui perto, um senhor moreno careca penteava seus lindos cabelos loiros. À noite, durante o dia, senti uma apetitosa vontade de comer em pratos sem alimentos. Vi peixes treinando natação num lago seco e outros suicidando-se para viver.
Ao acordar dormindo, sonhei que estava dormindo, quando acordei percebi que estava dormindo.
Enquanto isso, um cego disse que via pássaros pastando e vacas pulando de galho em galho, à procura de seus ninhos.
Vi então um sujeito comendo um guardanapo e limpando a boca com o bife.
Comecei a declamar, dizendo: “Mais vale um morto vivo do que um vivo morto”.
Quando acordei, com o despertador na cama, levantei-me deitado no relógio e me preparei para mais um dia de descanso com muito trabalho.

* Texto encontrado em meio a material de trabalho do ano passado, vai saber de quem é...